Pensadores

Winston Churchill


Charlie Chaplin

Ivan Capelato

Ivan Roberto Capelatto é psicólogo clínico e psicoterapeuta de crianças, adolescentes e famílias. Fundador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Autismo e Outras Psicoses Infantis (GEPAPI), e supervisor do Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicopatologias da família na infância e adolescência (GEIC) de Cuiabá e Londrina. 
Professor convidado do The Milton H. Erickson Foundation Inc. (Phoenix, Arizona, USA) e professor do curso de pós-graduação da Faculdade de Medicina da PUC – PR. Autor da obra “Diálogos sobre a Afetividade – o nosso lugar de Cuidar”.

No século 21, a missão de educar tornou-se mais complexa. Pais e mães, com agendas repletas de compromissos, têm um tempo cronometrado para os filhos. A tecnologia e o excesso de informações são alguns monstros contemporâneos. O psicólogo Ivan Capelatto, de 57 anos, especializou-se exatamente nessa seara da educação infantil, tema que discute em seu novo livro Diálogos da Afetividade (Papirus).
Em forma de pergunta e resposta, esclarece as principais dúvidas e conclui: tem faltado aos pais modernos a troca de afeto genuíno e a imposição de limites na educação dos filhos. Tarimba no assunto não falta ao psicólogo que, hoje, reside em Campinas. Nascido em Rio Claro, São Paulo, é mestre em Psicologia, foi professor universitário e lecionou nos Estados Unidos. Hoje, tem um consultório onde atende pais e adolescentes, com ênfase na terapia de família.
Casado e pai de dois filhos adultos, curiosamente, ele foi criado por instituições e por famílias diferentes depois da separação dos seus pais, quando tinha apenas 1 ano. Mas diz que foi muito amado e cresceu com a auto-estima forte, por isso que escolheu essa área de especialização na carreira.
Para Ivan, a única solução para o impasse moderno é o investimento na família. “Temos que fazê-la valer de novo, essa é a única esperança.” Elogia o surgimento do movimento discreto de mães, e mesmo de pais, que estão largando os empregos e voltando para casa com o intuito de cuidar dos filhos.
No caso da educação infantil, de que maneiras o medo pode sabotar o bom relacionamento?
O medo da perda é a metáfora do amor, como ele se faz dentro de nosso psiquismo. Apego sempre vem unido ao medo de perder. O simples fato de saber disso já ajuda o sujeito a entender porque brigamos tanto com quem amamos muito. Quanto às crianças, devemos ter sempre em mente que, frente a qualquer frustração, uma criança normal e saudável sempre vai reagir de maneira raivosa, chorosa ou agressiva. Cabe ao cuidador ou educador saber suportar essa reação normal.
Quais são os principais dilemas vivenciados pelos pais na educação infantil atualmente?
A dúvida sobre os limites: não saber exatamente distinguir entre isso e autoritarismo. Têm medo de sentir culpa e não sabem se é justo impor limites quando se sentem ausentes. Os pais são bombardeados pela mídia e pela escola com a idéia de impor limites, mas ninguém lhes dá a dimensão justa e ética do que é isso e de qual é a sua real função psicológica.
Quais são os riscos da falta de limites?
Como disse anteriormente, o excesso de informações contraditórias sobre o tema confunde os pais, que também se sentem culpados por sua ausência no convívio com os filhos. Alguns pensam: “tenho que tirar o prazer do filho justamente na hora em que estou com ele?” Geralmente, os pais também não querem ouvir os choros e gritos que o limite provoca. Mas a ausência de limites produz a prevalência das pulsões do sistema límbico sobre o ego, o que resulta na perda do juízo crítico, o superego. Isso não cria auto-estima, o que acarreta em futuros transtornos de personalidade: desde uma depressão até um desgostoso transtorno de conduta, que pode incluir perversão.
A televisão e a internet bombardeiam as crianças com informações nem sempre adequadas ou pertinentes. Como os pais devem agir? Quais são os limites sensatos sem cair no extremismo?
A TV e a internet são mundos virtuais, com informações pontuais que geralmente não têm profundidade nem seriedade. Assim, a supervisão dos pais deve acontecer, com limites: determinando horas para que a criança possa ter acesso ao seu desenho, ao seu programa ou site permitido.
Hoje vivemos num mundo de pais separados. Qual é a melhor maneira de agir para não prejudicar o relacionamento do filho com cada um deles?
Não deveríamos falar em separação de pais e sim em separação do casal. Quando os pais se separam, isso já significa que envolveram ou vão envolver os filhos, seja por mágoa do ex-parceiro, para agredi-lo ou tentar culpá-lo. Envolver os filhos na separação pode e certamente vai gerar muitos problemas, desde pequenas culpas e conflitos até grandes depressões ou psicoses. Os pais que estão se separando devem receber assistência psicológica para preservarem os filhos.
Quais são as seqüelas mais comuns no caso de separações que afastam o filho do convívio com um dos pais?
Depende muito da idade e da fase de desenvolvimento em que a criança está. A fase mais crítica é entre os 4 anos e meio e os 11 anos, quando a sexualidade se estabelece psiquicamente. Os prejuízos são maiores para a criança que se afasta do pai de mesmo sexo. A melhor maneira é a prática da guarda compartilhada, com supervisão profissional. As crianças devem continuar tendo acesso ao genitor que não mora na mesma casa. Recomendo que o casal sempre procure um terapeuta ou outro profissional para aliviar o peso e para não usarem o filho como moeda. Eles devem colocar o filho como algo sagrado, que não deve ser envolvido na separação. Alguns juízes de cabeça boa têm exigido que o casal procure ajuda psicológica.
Em tempos de consumismo desenfreado, como os pais podem dar um bom exemplo?
Sempre o bom e velho limite. Os pais também precisam da consciência de que eles próprios têm que moderar o apetite pelo consumo. Mas o melhor para as crianças é o respeito às datas para se ganhar presentes, como Natal, aniversário, dia da criança, etc.. e ouvir “não” sem muitas explicações lógicas, racionais, sociológicas ou religiosas.
Os pais estão delegando para as escolas a tarefa de educar os filhos e incutir os valores certos?
Infelizmente isso é verdade. Os pais cobram da escola condutas que lhes pertencem e, muitas vezes, a escola faz o processo inverso. O problema é que valores externos à família e à escola invadiram nossas crianças e nossos adolescentes. Entre eles, estão a sexualidade exacerbada, a crise dos gêneros, as drogas e o álcool como solução para a angústia, a agressividade como valor de sobrevivência, o consumo compulsivo e o culto ao corpo. E a família perdeu o controle sobre sua prole e cobra da escola soluções que não têm. Tanto família como escola deveriam encontrar-se mais, conversar mais e perceber melhor o que as crianças têm recebido como valores do mundo externo - da internet, TV e modismos. Escola e família devem ficar com a área que cabe a cada uma, unidas no fim comum que é cuidar da melhor maneira possível da criança.
Afinal, quais são os papéis da escola e dos pais?
Aos pais, cabe a formação da identidade do sujeito social, que aprende e vai ter um papel fora de casa. A escola pega o que os pais produzem e geram um conhecimento intelectual. Mas as crianças vão para a escola sem senso crítico, sem limites. O papel dos pais é impor limites, dar uma referência afetiva. Eles começaram a tratar os filhos como se fossem árvores: só regam. Põem o filho no mundo e arrumam um bom pediatra, uma TV de plasma, uma boa babá, uma boa escola. Trabalham e, quando chegam em casa, dão tudo o que o filho quer, e a criança começa a sentir os pais como estranhos. Ele vai pedindo produtos, mas no fundo o que está pedindo é afeto e limites. Os adultos acham que a educação pode ser terceirizada, pagando-se uma escola cara. Esse é o engodo do século 21. Se investe muito em aprendizagem, cursos de idiomas e outros conhecimentos, mas tão pouco na imposição de limites e no afeto genuíno. Quando a criança não tem um relacionamento significativo com os pais, não consegue desenvolver relacionamentos significativos com os outros e não tem nem amigos, apenas parceiros de prazer. Por isso cresce o consumo de drogas e, hoje, há tantas psicoses entre adolescentes. Esse esquema de educação não faz nascer o ser humano.
Nesse cenário de sobrecarga de trabalho, informações e atividades, como garantir a qualidade da vida doméstica e da educação dos filhos?
Nos momentos em que os pais estão com os filhos, mesmo cansados, é bom lembrar da enorme e vital importância dos pequenos para eles. Estar junto precisa ser uma coisa gostosa, lúdica, de preferência sem TV, sem trabalho levado para casa, com histórias para contar, brinquedos ou brincadeiras, afinal, vamos lembrar que é por pouco tempo. E deve-se sempre manter o bom e vital limite: “agora vamos jantar, escovar os dentes e dormir.”
Quais seriam os principais desafios dos pais contemporâneos?
O tempo para estar com os filhos. Há um índice da Organização Mundial da Saúde que aponta apenas 5% da população como realmente lúcida. Estamos correndo muitos riscos e temos que prestar mais atenção às pessoas de nosso mundo próximo. Porque nem tudo é bonito como os carros importados e os móveis caros. Temos que sair um pouco do prazer imediato e reconstituir a família.
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Guy Brousseau – A teoria das situações adidáticas

Matemático francês que mudou a definição de aprendizagem e ensino da matemática na França, influenciando todo o mundo. Devido as mudanças nas últimas décadas da didática de ensino que compreendem seus conteúdos, maneiras usadas para se adquirir os conhecimentos e os métodos usados para a aprendizagem, Brousseau vem modificando a didática da matemática através de seus estudos e pesquisas.
O pesquisador nasceu em Taza, no Marrocos, onde lecionou matemática desde cedo e começou a desenvolver uma teoria que compreende as relações que acontecem entre alunos, professores e aprendizado em sala de aula, ressaltando o meio em que a situação acontece, para determinar o conhecimento ensinado. Para isso, é preciso que os alunos usem o conhecimento ensinado. Tal ação pode ser a simulação de qualquer situação do dia a dia do aluno, de modo que este use o conhecimento já adquirido em sala de aula para criar uma estratégia adequada. O professor deve propor situações que levem os alunos a agir, refletir e evoluir por iniciativa própria, sem a ajuda do docente.
Brousseau chama essa teoria de adidática e diz que a criança só alcança o saber quando consegue usa-lo fora da sala de aula, por conta própria e em outras situações.
O pesquisador divide a teoria em quatro tipos de situações adidáticas:
Ação: onde acontecem as decisões, colocando os saberes em prática para resolver problemas, os alunos tomam iniciativas e criam estratégias;
Formulação: é necessário explicitar as estratégias usadas, formulando-as verbalmente, transformando o conhecimento implícito em explícito, fazendo com que o aprendiz modifique sua ação e memorize o conhecimento de maneira consciente;
Validação: a estratégia é demonstrada para interlocutores, e o aluno precisa comunicar uma informação e mostrar que o que diz é verdadeiro, validando o que fez; Institucionalização: é uma síntese do que foi construído durante o processo e tem um caráter socialmente estabelecido, com o professor apenas selecionando e organizando as situações que serão registradas.
Suas pesquisas baseam-se nas interações sociais entre professor, aluno e conhecimento, como por exemplo, as que acontecem nos jogos matemáticos. Isto faz com que os alunos busquem por si mesmos as soluções, chegando aos conhecimentos necessários para isso.
As situações adidáticas são importantes na hora do aprendizado e também contribuem para que o aluno possa desenvolver autonomia intelectual e participar do mundo em que vive sem o controle pedagógico do professor.
O professor na sala de aula é limitado de tal forma, que não pode na maioria das vezes, usar a didática fora dos padrões préestabelecidos pelas novas leis, o que o impossibilita de usar situações adidáticas. Temos uma sociedade condicionada em todos os sentidos, onde na educação o professor fala e o aluno ouve, e novas maneiras de ensinar nem sempre são bem vindas. E na matemática não é diferente, já que existe uma antipatia natural em relação a matéria. A psicologia do desenvolvimento e a abordagem socioconstrutivista, por Piaget e Vygotsk, iniciaram os estudos sobre novos métodos, mas não foram suficientes para acompanhar a evolução do mundo atual, o que fez com que estudiosos como Brousseau buscassem novas técnicas de ensino, chegando a conclusões como: a necessidade de que os alunos criem

e experimentem novas estratégias para chegarem a resolução de determinados problemas. Apesar de ser muito importante para o aprendizado e ensino na atual educação, as situações adidáticas batem de frente com problemas sociais e pedagógicos que podem atrapalhar ou até mesmo impossibilitar a criação de certas situações pelo professor, o que nos coloca frente a fatores positivos e negativos sobre a aprendizagem.
Brousseau criou a teoria das situações adidáticas em um país do primeiro mundo, onde certas táticas, ou didáticas, podem funcionar, apesar de escola estadual ser igual em todo o mundo, com raras exceções (assistir: Entre os muros da escola), o que faz com que os problemas sóciopolíticos e pedagógicos diferentes influenciem de forma diferente. Como exemplo, podemos usar a diversidade de nosso país, onde as escolas estaduais são de um grau muito mais elevado no Sul do que no Norte e Nordeste. Cultura, situação econômica e outros fatores causam reflexos diferentes, mas na maioria dos casos, o mais importante problema a ser estudado, é a falta de informação por parte dos educandos e da sociedade, que não compreendem e não ajudam na evolução necessária da educação.
Existe uma carência muito grande de suporte por parte da política governamental que não dá condições adequadas ao ensino, mesmo que esteja tudo fantasiado. As escolas nem sempre estão preparadas para uma aula “diferente”, a direção não entende ou não aceita (às vezes não tem condições de apoiar), préadolescentes e adolescentes não têm motivação para aprender, as leis inibem tanto diretores quanto professores, enfim, um infinito de obstáculos removíveis que atrapalham e causam problemas para uma boa educação.
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Winston Chuchill

Quando Winston Churchill, ainda jovem,acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns,foi perguntar a um velho parlamentar,amigo de seu pai,o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.
O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:
"Meu jovem,você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável! Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje,deve ter conquistado,no mínimo,uns trinta inimigos.
O talento assusta".
Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava numa carreira difícil.
Isso, na Inglaterra. Imaginem, no Brasil.
Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:
"Há tantos burros mandando em homens de inteligência,que,às vezes penso, que a burrice é uma Ciência".
A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçavel medo da inteligência.
Temos de admitir que,de um modo geral,os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.
Mas,é preciso considerar que esses medíocres ladinos,oportunistas e ambiciosos,têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.
Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas,as panelinhas do arrivismo,inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.
Dentro desse raciocínio,que poderia ser uma extensão do "Elogio da Loucura",de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida.
É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.
Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota,automaticamente,a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seu marido, também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.
Eles conhecem bem suas limitações, sabe como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas...
Enfim,na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.
É um paradoxo angustiante!
Infelizmente, temos que viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.
Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues...
"Finge-te de idiota,e terás o céu e a terra".
O problema é que os inteligentes gostam de brilhar!
Que Deus proteja, então, dos medíocres!...

Um amplexo!

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